Os 5 Maiores Desafios para Diretores de Operações no Brasil em 2025

O Novo Paradigma Operacional no Brasil em 2025

O cenário para os Diretores de Operações (COOs) no Brasil em 2025 não será definido por um único desafio, mas por uma complexa "polícrise" — uma confluência de disrupções interconectadas que se amplificam mutuamente. Este ambiente de negócios é caracterizado por uma tempestade perfeita onde a aceleração digital sem precedentes colide com transformações estruturais profundas. Entre elas, destacam-se a iminente e abrangente Reforma Tributária, que pode redesenhar a malha logística nacional , e o persistente e oneroso "Custo Brasil", um conjunto de entraves burocráticos e de infraestrutura que encarece a produção e compromete a competitividade.

Este panorama é agravado por um ambiente macroeconômico desafiador, com taxas de juros elevadas e incerteza fiscal , e pela crescente pressão de stakeholders globais e locais por conformidade com novas exigências de sustentabilidade (ESG) e regulatórias, como a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). A soma desses fatores cria um ambiente operacional de volatilidade e complexidade extremas, exigindo um novo nível de agilidade e visão estratégica.

Neste contexto, a função do diretor de operações extrapola a responsabilidade convencional de otimização de processos e custos. O COO de 2025 emerge como um arquiteto estratégico, um integrador de tecnologia, talentos e resiliência. Ele é o executivo sênior responsável por traduzir a visão estratégica do CEO e as capacidades tecnológicas do CIO em um modelo operacional coerente, eficiente e gerador de valor sustentável. A missão da organização não se resume a garantir sua sobrevivência diante das disrupções, mas também a promover o seu crescimento a partir delas, transformando desafios em vantagens competitivas.

Destacamos cinco desafios operacionais que acreditamos definirão a agenda do COO no Brasil nos próximos anos. cos por setor industrial e área de atuação. Para cada um, é apresentado um roteiro de soluções de Tecnologia da Informação (TI) que podem ser alavancadas para mitigar riscos e capturar oportunidades. A matriz a seguir oferece uma visão panorâmica do impacto desses desafios nos principais setores da economia brasileira, servindo como um mapa de calor estratégico para a priorização de recursos e atenção gerencial.

Matriz de Impacto

1. A resiliência e a inteligência aplicadas à cadeia de suprimentos 4.0 são fundamentais para o sucesso dos negócios. O impacto direto da reforma tributária na malha logística, bem como a pressão por diversificação de fornecedores (nearshoring) para mitigar riscos geopolíticos, são aspectos que devem ser considerados.
2. Avaliação de Valor da Inteligência Artificial e Transformação Digital. A competitividade depende da adoção da Indústria 4.0 (automação, IoT, MES), porém a maturidade digital ainda é baixa, especialmente no caso das PMEs.
3. A disputa por talentos na era da automação É imprescindível a necessidade de recrutamento de talentos digitais (TI/OT) e a requalificação da mão de obra do chão de fábrica para operação em ambiente automatizado.
4. Ações de fortalecimento da cibersegurança em um perímetro de risco expandido. A convergência entre TI e OT apresenta vulnerabilidades críticas, nas quais um ataque pode paralisar a produção física e comprometer a segurança operacional.
5. A Transição Imperativa para Operações Sustentáveis (ESG) A pressão exercida é direcionada para a eficiência energética, a economia circular e a descarbonização. A sustentabilidade passa a ser um critério para acesso a financiamento e mercados.

A T.I. como ferramenta de apoio a eficiência.

Para enfrentar a complexidade do cenário de 2025, a Tecnologia da Informação oferece um arsenal de ferramentas capazes de transformar a cadeia de suprimentos, tornando-a mais visível, inteligente e resiliente.

  • Digitalização e Automação: A base para a resiliência é a visibilidade, e a visibilidade nasce da digitalização. A aplicação de ferramentas como Inteligência Artificial (IA), Machine Learning e análise de dados é fundamental para ir além da reação e passar à predição. Essas tecnologias permitem analisar grandes volumes de dados para prever interrupções na cadeia, otimizar a seleção de fornecedores com base em critérios de risco e desempenho, e automatizar processos para reduzir tempos operacionais e erros humanos.
  • Plataformas Integradas (ERP, TMS, WMS): A integração de sistemas é o que conecta os pontos e permite uma gestão holística. Um sistema de Planejamento de Recursos Empresariais (ERP) moderno e em nuvem atua como a espinha dorsal da operação, centralizando dados financeiros, de vendas e de estoque. Acoplados a ele,
  • Fundação de Dados (Nuvem e Integração TI/OT): A Computação em Nuvem é o alicerce indispensável, oferecendo a escalabilidade, a flexibilidade e o poder computacional necessários para armazenar e processar os vastos volumes de dados gerados pelas operações modernas. Sobre essa base, a integração dos sistemas de TI e OT é o passo crítico. Utilizando interfaces abertas e seguras, as empresas podem quebrar os silos e permitir que os dados do chão de fábrica (OT) alimentem os sistemas de gestão (TI) em tempo real. Essa fusão proporciona uma visão holística e unificada das operações, da matéria-prima ao cliente final, que é a base para qualquer iniciativa de otimização inteligente.
  • Inteligência Operacional (IA, IoT, Edge Computing): Com os dados fluindo de forma integrada, a IA e o Machine Learning podem ser aplicados para extrair valor. Seus usos incluem a otimização de processos produtivos, a previsão de falhas em equipamentos (manutenção preditiva), a automação da análise de dados para tomada de decisão e a personalização de ofertas. Os sensores de IoT são os "olhos e ouvidos" da operação, coletando os dados na fonte. Para aplicações que exigem resposta imediata, como controle de robôs ou detecção de anomalias em tempo real, o Edge Computing se torna essencial. Ao processar os dados localmente, na "borda" da rede, ele reduz drasticamente a latência e a dependência da nuvem, uma capacidade que será potencializada pela conectividade de alta velocidade e baixa latência do 5G.
  • Plataformas de Aprendizagem e Desenvolvimento (L&D): A TI é o único caminho para a requalificação em escala. Plataformas de e-learning, como universidades corporativas internas , oferecem acesso flexível a conteúdos de treinamento. Tecnologias imersivas como a Realidade Virtual (VR) e a Realidade Aumentada (AR) estão transformando a capacitação, permitindo que os colaboradores pratiquem procedimentos complexos ou perigosos em ambientes simulados e seguros, aumentando a retenção do aprendizado. Além disso, a IA pode ser usada para criar trilhas de aprendizagem personalizadas para cada funcionário, recomendando cursos e conteúdos com base em sua função, desempenho e aspirações de carreira, tornando o desenvolvimento mais relevante e eficaz.
  • Ferramentas de Colaboração e Gestão de Equipes Híbridas: Para gerenciar com eficácia a força de trabalho mista e os modelos de trabalho híbrido e remoto, um conjunto de ferramentas tecnológicas é essencial. Plataformas de gestão de metas e performance (como OKRs), softwares de pesquisa de clima e engajamento, e ferramentas de comunicação e colaboração (como Slack, Teams) são cruciais para manter equipes distribuídas alinhadas, produtivas e conectadas à cultura da empresa.